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Rasto de Sangue #6

(Nota da autora: o facto de o capitulo anterior ter sido contado na 1ª pessoa, foi intencional, e não um erro.)

Nessa noite, sentada á mesa, Beth brincava com o garfo no prato. Não conseguia comer, só conseguia pensar, mesmo sabendo que isso estava a dar cabo da sua sanidade mental.
John havia-se voluntariado para cozinhar para ela, preparando uma refeição ótima, mas leve. Beth sabia que, no fundo, ele queria apenas certificar-se de que ela comia alguma coisa, mas mesmo assim não conseguia.
- Tens de comer, Beth.
A rapariga olhou para cima, vendo John de pé, encostado á ombreira da porta, olhando-a com a preocupação estampada no rosto, tornando tristes aqueles belos olhos azuis.
Suspirou.
- Não tenho fome. - Disse ela, largando o garfo e encostando-se para trás na cadeira.
John silênciou por alguns minutos, ficando a vê-la olhar o vazio. Odiava que Beth fosse obrigada a viver com a morte do irmão, mesmo que ela parecesse aguentar a pressão.
- Beth...
John calou-se, ao ouvir o toque do telemóvel de Beth. Esperou que esta o retirasse do bolso, e viu-a franzir o sobrolho ao olhar o ecrã.
- Sim? - Disse ela. - Não, mas...
Beth deixou cair o telemóvel, tremendo imenso e ficando extremamente pálida, de olhos esbugalhados.
- Beth? - John ajoelhou-se á frente dela, colocando as mãos nos seus joelhos. - O que se passa?
Os olhos de Beth rodaram na direção dele, assustados, em choque.
- O meu pai. - Disse ela num sussurro.
- O quê?
- Mataram o meu pai. - Repetiu ela.

- Os meus sentimentos, menina Miller.
Beth olhou aquela senhora que se afastava, sem conseguir lembrar-se de quem seria. Tocou no pulso de John, que se mantinha fielmente do seu lado.
- Fá-los parar. - Pediu ela.
John assentiu e levantou-se, ajudando Beth.
O funeral fora longo, contando com a presença de várias pessoas de fora, e quase Riverwood inteira.
Beth sabia quem mandara matar o pai. Por demorar a encontrar o que ele queria, Eric tomara medidas drásticas, e que obrigariam Beth a mexer-se. Mas, se não fosse a presença de John, ela já teria saído á procura daquele louco, matando-o com as próprias mãos.
John parou o carro á porta da casa de Beth e olhou-a. A rapariga viera semrpe com a cabeça encostada no vidro, mas mordia o lábio com força.
- Chegámos. - Disse ele.
Beth abriu a porta, agarrou no telemóvel e marchou para dentro de casa, sem se importar com nada. Destrancou a porta e entrou, subindo as escadas até ao seu quarto e fechando a porta. Encostou-se a ela, fechando os olhos e respirando fundo, tentando acalmar-se.
- Beth. - Chamou John, do outro lado.
- Preciso de um banho. - Disse ela. - Já desço.
Escutou os passos de John a descerem as escadas e largou o telemóvel no chão. Beth caminhou até á casa de banho, tirando a roupa pelo caminho e deixando-a no chão. Precisava de um escape, e talvez o banho ajudasse a acalmar-se.
Sentiu a água quente a percorrer-lhe cada cêntimetro de pele, tocando, acalmando e despertando. Beth sentiu algo percorrer-lhe o corpo, assim, sem aviso prévio, e de repente sentiu a sua mão subir até cobrir um seio. Mordeu o lábio, enquanto a mesma mão percorria o corpo, até chegar a zonas mais baixas e intimas, onde um dos dedos tocou num ponto critico.
Beth suspirou, de olhos fechados, e fez entrar dois dedos dentro de si, movendo-se devagar, acariciando. Gemeu e retirou a mão, abrindo os olhos.
Respirava com dificuldade e estava consumida pelo desejo, mas tudo aquilo lhe parecia ridiculo, satisfazer-se a si própria.
De repente, a sua cabeça girou na direção da porta, ao lembrar-se da presença de John no andar de baixo...