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A Descendente - Capitulo Três

Estava sentada no carro de Daryl, observando a casa á minha frente. As luzes estavam acesas, a pessoa em questão estava no seu interior... Tudo parecia normal.
Daryl saíra para comprar algo para comer, mas ainda não regressara. Mexi-me, inquieta. Onde andaria ele?
Olhei novamente para a casa, mas apercebendo-me de que algo estava errado.
A porta do carro abriu e Daryl entrou, com um saco de papel nas mãos. Passou-me um refrigerante e um hamburguer, começando a comer o dele. Mas depois olhou-me, vendo que eu continuava na mesma posição.
- Lauren?
- Ela desapareceu. - Disse eu. - Estava ali, ele entrou... Já não vejo ninguém.
Daryl olhou a casa e silênciou por dois minutos.
- Podem sempre estar a... Tu sabes.
Olhei-o, não acreditando no que ele dizia.
- Daryl... - Abanei a cabeça e voltei a dar atenção á casa.
Ficámos em silêncio durante uns minutos. Daryl acabou de comer e, depois de fazer uma bola com o guardanapo, atirou-a para o banco de trás.
- Existem inúmeras teorias para o que pode estar a acontecer ali dentro. - Disse ele. - Uma conversa, uns amassos no sofá. - Olhou-me com o seu sorriso de raposa. - Uma sessão de sexo bruto!
- Ou um homicidio. - Respondi.
Ele suspirou.
- Vigiar casas contigo é uma diversão. - Daryl cruzou os braços.
- Obrigada. - E mostrei-lhe o meu melhor sorriso.
Depois, algo chamou a minha atenção. O rapaz saiu de casa, fechando o casaco e colocando as mãos nos bolsos. A energia que emanava dele chocou comigo.
- Foi rápido. - Disse Daryl, mas calou-se ao perceber que eu abrira a porta do carro. - Hey! Onde vais?
- Segui-lo. - Respondi já com uma perna de fora. - Vai ver a miúda! - E saí, batendo com a porta do carro.

 

Daryl bateu á porta, mas nada aconteceu. Esperou, afinal, se as teorias estivessem certas, a rapariga poderia não ter vontade nenhuma de abrir a porta. Ou então precisaria de se vestir. Mas dez minutos era tempo a mais.
Ele deu a volta, espreitando pela janela. Nada. As luzes continuavam acesas mas a rapariga desaparecera. Daryl voltou á porta principal, respirou fundo e experimentou rodar a maçaneta. A porta abriu.
Daryl levou a mão ás calças, de onde retirou uma arma e entrou na casa, vasculhando todos os cantos. Não se via ninguém. Nem um único som chegava até ele.
Decidiu dirigir-se aos quartos e abriu a porta de um deles, parando imediatamente e baixando a arma.
A rapariga estava em cima da cama, coberta de sangue, morta. Daryl aproximou-se e viu a sua garganta estraçalhada e o horror ainda espelhado nos seus olhos.
Daryl sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. Lauren saíra atrás do rapaz.
- Ele não é um lobisomem. - Disse ele, num sussurro e pegando no telemóvel. As suas mãos tremiam. - É um vampiro.

 

A Descendente - Capitulo Dois