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Desculpem lá, mas...

há pessoas que deveriam aprender umas quantas coisas. Ou serem impedidas de respirar durante um ano!

Alguém me explica porque, pessoas que trabalham no mesmo lugar, são tratadas de forma diferente? Porque é que uns têm direito a pedir a merda de um dia para ficarem na sorna, porque a "o que for", faz anos/está doente/merda que o valha (e vai-se a ver, é tudo treta!) e outros não têm o mesmo direito? Porque é que uns trabalham que nem cães e os outros parecem patrões? E, os PATRÕES reais, quando questionados, inventam desculpas tão esfarrapadinhas que até gaguejam? Uns podem meter baixa, mas os outros têm de sorrir e trabalhar até caírem no caixão?

Digo-vos uma coisa, os patrões deste país estão cada vez mais brilhantes! Venham mais destes, que devem ser o orgulho de muitos! Ah! E não se esqueças dos empregados exemplares, que não fazem um cu, mas são os melhores no ramo!

A Descendente - Capitulo Um

Respirei fundo, tentando não fazer um único som. Estava escondida atrás de um pilar enorme, escutando os passos dele, quase silênciosos. Conseguia ver o seu reflexo no vidro á minha frente. Movia-se cautelosamente e de forma quase felina, como um leopardo quando caça.
Ele estava armado, trazia uma Glock na mão, que apontava para a frente com mestria, enquanto varria o espaço. Ele ouvira-me, ele ouvira-me e agora vinha matar-me. E eu fora tão estúpida! Sentira a presença dele, mas então, porque não fugira? Porque continuei a invocação? Ás vezes, eu odiava-me. Mas algo me dissera para ficar.
Consegui perceber o que ele era. Um caçador. Fechei os olhos por dois minutos. Eu não queria matá-lo, a anergia que emanava dele não era negativa. Ele não merecia morrer.
- Eu sei que estás aí. - Disse ele, com voz grave.
Abri os olhos e vi-o parado, do outro lado do pilar, observando o vidro onde eu o conseguia ver. Suspirei, escondi a arma nas calças e saí, colocando-me á sua frente.
Vi o choque no seu olhar, mas ele nunca vacilou. Depois, devagar, o seu semblante foi mudando e um sorriso trocista apareceu-lhe no rosto.
Ele era lindo. Com olhos azuis, pele morena e cabelo cor de chocolate negro. Vestia uma t-shirt preta, calças de ganga rasgadas e botas de motoqueiro.
- Vocês estão a ficar cada vez mais bonitos. - Disse ele, olhando-me.
Se o achava interessante, de repente, perdi toda a vontade de o deixar viver. Ele, tal como o anjo, achava-me um demónio. Senti algo dentro de mim, acordando, mas ignorei, mantendo-o dominado.
Fiquei a olhá-lo sem dizer nada, esperando que ele acabasse de tirar as suas próprias conclusões. Ele resfolegou, sem nunca baixar a arma.
- Estás sozinha? Ou trouxeste amigos contigo? - Ele olhou para o lado e depois novamente para mim. - O que estão a fazer aqui, afinal? Neste local decrépito? Espera... - Ele sorriu. - Uma...?
Semicerrei os olhos.
- Estou sozinha. - Respondi. - Vais matar-me?
- Estou a pensar nisso. - Ele olhou a taça que eu deixara no chão.
- Estavas a fazer um telefonema? - Perguntou, fazendo um movimento com a cabeça. - A falar com o "papá"?
Cerrei os punhos.
- O meu pai desapareceu á uns tempos. - Encarei-o. - Não sou o que tu pensas.
- Pois... E a taça é uma ilusão de ótica. - Ele encolheu os ombros. - Nunca são. Até ao dia em que aparecem e matam toda a tua familia, ou quase toda. E depois, quando pensas que nunca mais voltará a acontecer-te algo tão terrivel, aparecem novamente e levam-te a última pessoa que te restava.
Fiquei calada por dois minutos, olhando-o. Sentia raiva a crescer dentro dele. Mas, subitamente, fiquei mais calma.
- Foi o que te aconteceu? - Perguntei.
Ele pareceu sair de uma espécie de transe e olhou-me.
- Não interessa! Vocês são todos iguais!
Farta daquela conversa, avancei sobre ele, mais rápida do que os seus movimentos, e retirei-lhe a adaga que vira na sua cintura. Ele apontou a arma á minha cabeça.
- Devolve-me isso! - Rosnou.
- Isto é especial, não é? - Disse eu. - Um corte e mata o que tu pensas que eu sou. - Estiquei o braço e coloquei a lâmina sobre a pele. - Eu não sou um demónio.
Ele ficou paralisado, a ver-me enterrar a ponta da faca no braço. Um fio de sangue escorreu, pingando para o chão, e ele olhou-me nos olhos, confuso.
- És humana? - Perguntou.
Sorri. Acabara de ter uma ideia.
- O que andas a caçar? - Perguntei.
Ele ficou surpreso com a pergunta, mas baixou a arma.
- Um Wendigo, na floresta em redor da cidade. Mas é só uma paragem, procuro algo maior.
- Maior?
Ele acenou com a cabeça.
- Lilith. - Disse ele.
Tal como eu pensara. Segurei a adaga pela lâmina e estendi-lha.
Eu precisava de achar Lilith para achar o meu pai...
- Sou a Lauren. - Disse eu. - Procuro a Lilith. - Encolhi os ombros. - Queres ajuda?

P.S: esta história foi inspirada na série "sobrenatural", mas não é uma cópia!

 

A Descendente - Prólogo