Como recordar é viver, decidi recordar coisas de infância, boas e menos boas. Hoje começo com uma coisa da qual não me lembro, mas que me é contada muitas vezes.
Em bebé, estávamos (eu e os meus pais) em casa de uma tia minha, em Mirandela. Para o jantar resolveram fazer Fondue. Até aí, tudo muito bem.
Ás tantas, a minha tia repara que aquilo está a apagar-se e resolve deitar mais liquido, mas como é toda despachada, não o retira do seu lugar, despejando diretamente no recipiente em cima do gás quente (sim, já foi á bastante tempo). Resultado? Aquilo provoca uma chama que sai por baixo, dirigindo-se a um dos lados da mesa. Todos se desviam, mas eu, como estava no colo da minha mãe e não percebia nada de nada, não me podia desviar. A minha tia diz que, quando olha para mim, vê chamas no meu cabelo e os meus olhos muito abertos.
Fui levada para o hospital, sem nunca chorar, e tratada por uma médica que hoje apelido de "cabra", porque o foi. Ela faz-me o penso na orelha esquerda e passa uma receita de um medicamento.
A minha tia e a minha mãe, dirigem-se á farmácia e, por sorte ou porque o meu anjinho estava comigo nesse dia, estava um senhor bastante idoso a ser atendido. Quando ele sai, a minha tia aproxima-se e entrega o papel. Ela diz que a farmacêutica sorri e diz: "Curioso, duas receitas iguais uma a seguir á outra." A minha tia diz que deve haver engano, porque aquele medicamento é para mim, uma menina de um ano.
A farmacêutica ficou branca como a cal, dizendo que iria trocar o medicamento porque, ao darem-me aquele remédio para as dores (e iam dar assim que chegassemos a casa), eu iria adormecer... Mas não iria acordar. Era o equivalente a dar a um adulto uma dose de cavalo.
Hoje não tenho cicatriz alguma, apenas a pele da minha orelha (quando vista com atenção) parece "mais velha" do que a outra, mas nada que se repare á primeira, nem á segunda. Mas agradeço a essa farmacêutica, a qual não sei quem seja, pela atitude que teve e pelo comentário certeiro que fez. Se ela tivesse ficado calada, hoje a Lêh não estaria aqui.
Aqui esta vossa amiga está a planear algo para o fim-de-semana, mas agora instalou-se uma questão: Vamos ou não? Levamos o miúdo ou não?
A ideia era rumarmos á praia, mas eu conheço o meu filho, e sei que ele não é grande fã de praia. Mas por outro lado, algo me diz que ele iria gostar, ao contrário do ano passado, de brincar na areia, do mar...
E depois existe o outro lado da moeda... Este fim-de-semana era para ser algo especial, um tempinho só para mim e a minha metade, sem telemóveis a incomodar, sem pessos conhecidas a cuscar para onde vamos ou deixamos de ir... Uma escapadela só nossa... Mas isso implicaria não levar o míudo...
Estou tão indecisa que não sei o que faça... Acho que vou ali bater com a cabeça nas paredes, só para ver se tenho alguma ideia brilhante.
Hoje o sol acordou escondido, o calor tirou um dia de folga e parece tudo tristonho pela falta de luminosidade, mas ao mesmo tempo aliviados pela paragem do calor.
Gosto de sol, não o posso negar, e este tempo assim deixa-me menos ativa, mas sobrevivo. Sobrevivo até aparecer a chuva... hehehe.
Este tempinho é ótimo para ficar em casa, aconchegadinha na minha cama, em vez de me levantar cedo e recomeçar a correria e mais um dia de trabalho. Preferia o conforto da minha casinha, um pequeno-almoço comido com calma, a observar as correrias dos meus gatos...
Mas trabalhar também é bom. Prefiro ter o meu dinheiro no final do mês, e aprender a fazer coisas novas, do que estar todo o dia em casa. Isso sabe bem, claro, não posso negar, mas sabe bem naquele momento, ou durante um periodo de férias... Eu já estve mais de um ano em casa e já estava farta....
Ás vezes dou por mim a pensar no antes, quando conheci o P. e de como pensava que ele nada significava, mas como depois isso foi mudando, mesmo que eu continuasse a pensar que nunca o iria ter do meu lado...
Foi assim. Num dia quente, antes do verão, estava esta vossa amiga em casa, confortávelmente sentada, em frente ao portátil a escrever. Duas tias minhas lembraram-se de que tinham de ir a uma terriola que fica num buraco, quase lá no meio da serra (bem, quase não, fica mesmo) onde nem sequer existe rede de telemóvel. Aqui a Lêh, depois de muito insistência, lá foi também, mas dizendo logo que não iria sair do carro.
Assim foi, chegámos lá, estacionámos e elas lá foram, deixando-me sozinha com a minha música e o telemóvel. Claro que, cinco minutos depois, já estava farta e olhei pelos vidros. Primeiro um e depois outro, apreciando a paisagem verde, até que... Me deparo com 3 pessoas num terreno, mais abaixo do lugar onde me encontrava.
Eram dois idosos e um rapaz. Percebi que o rapaz nada tinha a ver com os idosos, que estava só ali para ajudar. Mas, sinceramente, olhei-o de alto a baixo mas logo a seguir desviei o olhar. Não tinha nada a ver com o que se passava ali. Mas, sempre que me apercebia, os meus olhos estavam postos nele, na forma como os músculos das suas costas se mexiam, no tom da sua voz, que me chegava pelos vidros abertos.
Nisto, chegam as minhas queridas tias, mas logo me avisam que vão mudar o carro de sitio, por causa do sol, mas que ainda vou ter de esperar um pouco. Ora, deste novo "spot" não tinha uma visão tão ampla do terreno, pelo que me distraí com outras coisas. Mas nisto, passa o tal rapaz, minutos depois, mesmo ao lado da minha janela, caminhando pela rua até desaparecer de vista. Claro que, depois disto, nunca mais lhe pus a vista em cima e ele saiu-me do pensamento da mesma maneira que entrara.
Dias depois, já em época de marchas populares, perguntaram-me se não queria participar, ao que recusei prontamente. Depois disso, entro com uma das minhas tias num supermercado, onde ia desde que abrira e do qual não era grande fã. A conversa da minha tia era esta: "tens de ver o par da XXXXX, nas marchas. Esse é que era bom para ti. Ias gostar dele." Ri-me e nem fiz caso.
Mal sabia eu que, virando a esquina das prateleiras do supermercado, ela me agarraria no braço e dizia: "É aquele!". Olho para onde ela apontava e... Era o mesmo rapaz que eu vira na terriola e que tinha vindo trabalhar para ali. Claro que, mantendo-o debaixo de olho sempre que passava por lá, aquele tornou-se o meu supermercado de preferência. Depois disso, notei algo da parte dele, mas nem ligava muito... Não iria arriscar e não.
Semanas depois, já andava eu conformada de que me tinha apaixonado por uma pessoa que não era de cá, mas que voltara á terra, e da qual eu não sabia nada, nem o nome. Só sabia onde trabalhava e que carro conduzia. A irmã dessa minha tia, percebeu e, como era colega de marcha dele e até se davam bem, disse que iria investigar a causa dos olhares lançados á minha pessoa. Ness altura já au sonhava acordada e já me imaginava ao seu lado.
Mal sabia eu que ele já andava á caça desde a primeira vez que me pôs a vista em cima.
Dois dias depois, recebo um pedido de amizade no facebook e já sabia que era ele, porque me foi dito que ele o iria fazer. A conversa começou aí, analisando terreno aos poucos e pouco depois já tinhamos trocado números de telemóvel. Claro que, a partir daí, sempre que ele podia dizia-me algo e convidou-me para sair. Recusei o primeiro convite, a medo, mas fui da segunda vez. E da terceira. E da quarta... Beijou-me á segunda vez e entrei na casa dele á terceira, á tarde, já que ele estava de folga. Ele era diferente, não me tratava como os outros. Não queria tudo ao mesmo tempo.
A partir daí, saíamos todas as noites. Ele como saía depois das oito, muitas vezes ia buscar-me e jantava depois, já comigo ali, ao seu lado.
Digo-vos, foi a melhor coisa que me aconteceu na vida, além do meu filho, e nunca pensei que podia amar alguém assim, nem sequer ser amada da mesma forma.
P.S: O meu filhote aceitou logo o P., que o adora e trata-o como sendo filho dele.
Estou a acabar o livro que ando a ler "O Pássaro de Caxemira". Confesso que prolonguei a leitura por ter ficado colado ao romance, mas agora, o livro vai chegar ao fim.
Agora o grande dilema é: o que ler depois disto? Tenhos prateleiras cheias de livros, e nunca me canso de os ler uma e outra vez, mas são tantos, e eu adoro-os a todos, que não sei o que escolher.
Mas estava a pensar ler algo novo, que nunca me tenha passado pelas mãos... Só não sei o que escolher. Alguma sugestão? :)
Ora, quando pensamos em ir de férias, logo uma lista enorme de locais maravilhosos nos aparece na mente. Pensamos e pensamos e lá nos decidimos. Mas será a escolha certa? Deixo-vos as 9 cidades mais caras do mundo.
Ontem fui com o meu mais que tudo e o meu filhote, a uma dessas festas de município perto de casa. Correu muito bem, até porque o miúdo vibra com festas e música e toda aquela algazarra.
Passei por uma das ditas "barracas" e fiquei apanhada por um buda, que parecia gritar "Leva-me!". Comentei com o P. que tinha gostado, mas já íamos a dar a volta para o outro lado. Então, voltámos aos budas e o P. dá-me uma nota para a mão. " Vai buscá-lo." disse ele. Ainda tentei argumentar, dizendo que se calhar o dinheiro faria falta para outra coisa, mas por dentro já me imaginava a levá-lo para casa. "Então leva.", continuou ele. E lá fui eu, automaticamente ao encontro daquela peça onde me ficaram os olhos.
Agora tenho um buda em casa, e adoro cada vez mais o P.
Num dia em que me apetecia... algo diferente, levantei-me do sofá e lá fui, em rumaria ao computador para ver se encontrava a inspiração necessária na tão afamada internet.
Eis senão quando, me deparo com esta deliciosa receita, que decidi experimentar. Ficou divinal!
Os louros pertencem á Nestlé, mas mesmo assim, deixo-vos a receita.
Panquecas Americanas
Ingredientes:
PARA PREPARAR A MASSA:
2 chávenas de chá de farinha de trigo
1 chávena de chá de leite
1 c. de sopa de açúcar
5 c. de sopa de manteiga
3 ovos
1 c. de chá de fermento em pó
manteiga para untar
PARA PREPARAR O RECHEIO:
1 lata de Leite Condensado Cozido NESTLÉ
Preparação:
1. Numa taça, comece por bater os ovos.
2. De seguida misture o leite, junte a farinha, o fermento, o açúcar e mexa.
3. Acrescente a manteiga derretida e o sal e bata tudo durante um minuto até ter um creme homogéneo.
4. Leve ao lume uma frigideira untada com manteiga e, quando estiver um pouco aquecida, comece a fazer as panquecas americanas.
5. Deixe dourar de um lado e vire.
6. Sirva as panquecas americanas ainda quentes e barre com o leite condensado cozido ou com o leite condensado com chocolate.
Experimentem, é ótimo e o pequeno-almoço nunca mais será o mesmo. Claro que existem inúmeras receitas diferentes, e podem sempre variar. Sejam originais e descubram a vossa panqueca favorita!
Depois de um computador morto, imenso trabalho pela frente e tempo... bem, quase nenhum, estou de volta com os meus disparates e conversas sem nexos, meros desabafos. Perdi as atualizações de blogues que ando a seguir fielmente, perdi as vossas melhores histórias, mas vou pôr-me a par de tudo!
"Esta chata voltou!" - Gritam vocês. Bem... Acho que nem sou muito má de aturar hehehehe.
Para terminar este post, em virtude de uma conversa que tive ontem com o meu mais que tudo, decidi pesquisar a história da minha santa terrinha, mais precisamente da minha aldeia natal (que fica ao lado da santa terrinha, mas que a história é absorvida e escondida pela da vila). Estava eu nas minhas pesquisas, quando encontro um texto bastante interessante e, qual não é o meu espanto que, ao ler, vejo o meu avô mencionado no mesmo. Até teve direito a citação. Escusado será dizer que me vieram as lágrimas aos olhos, mas sorri. Foi ótimo vê-lo reconhecido ali, naquele pedacinho de texto, naquelas frases.Foi tão bom.