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E seu eu pudesse voar?

Se eu pudesse voar? Ah se eu pudesse voar... Abria as asas, bem cedinho, com a brisa fresquinha a inspirar-me a vontade e rumava ao desconhecido.

Iria conhecer este mundo, vê-lo da forma que mais ninguém o vê. Iria ver cores, tantas cores, e sentir os cheiros. Mar, sol, terra... Todos eles dando-me mais e mais vontade de ir, sem rumo, só pelo belo prazer de ir.

Veria novas caras, novos povos e descobriria costumes que pensava não existirem ou estarem extintos por completo. Iria aprender as várias linguas faladas pelo mundo. 

Seria apenas eu e o mundo... Numa aventura sem fim, enfrentando tempestades e o sol escaldante...

 

Rasto de Sangue #4

Ao aproximar-se da mesa, Beth olhou a mulher, que estava distraída e, também, porque queria adiar ao máximo o encontro dos seus olhos com os do homem de negro.
A mulher, loira platinada, de pele bronzeada e perfeita e olhos azuis como o céu, tinha os lábios carnudos pintados de um tom chamativo de vermelho. Os olhos apresentavam um perfeito risco negro, complementado com sombras brilhantes, perfeitamente conseguidas. As suas unhas, de gel e longas, tinham o mesmo tom dos lábios. No corpo trazia um vestido justo, vermelho e nos pés uns sapatos de salto alto, pretos.
Beth não viu aliança no dedo, apenas jóias de aspeto caro mas, assim que a mulher balançou o cabelo, puxando-o todo sobre o ombro esquerdo, Beth teve um bele vislumbre de uma marca no pescoço. O homem de negro não faria aquilo, disso tinha a certeza, pelo que a mulher só poderia ter uma profissão...
Com relutância, Beth olhou o homem, vendo os seus olhos negros e fundos, presos em si. Fez o seu melhor sorriso.
- Boa noite. O que vão tomar? - Perguntou com voz cristalina.
- Vinho. - Disse o homem. Voz forte, educada e com um ligeiro sotaque que Beth não conseguiu identificar. - O vosso melhor vinho. Tinto, de preferência.
Como a mulher se manteve calada e sorridente, Beth deixou a mesa, educadamente, e dirigiu-se ao balcão. John já retirara a garrafa do frio, colocando tudo em cima de um tabuleiro em cima do balcão.
- Mas que raio?! - Disse ele em voz baixa, quando Beth se aproximou.
- Ela é acompanhante. - Disse Beth, entre dentes, enquanto pegava no tabuleiro fingindo que estava tudo normal.
John ergueu o olhar para a mulher e Beth parou a meio do movimento, fitando o amigo. Fez uma careta e depois pegou num guardanapo, que atirou á cara dele. John olhou-a, interrogativo.
- Estavas a babar-te! - Disse ela, afastando-se.
John sorriu e continuou o seu trabalho, observando a mesa.
Beth colocou os copos em cima da mesa e serviu o vinho. Quando se preparava para voltar ao balcão, o homem chamou-a.
- Preciso de uma informação. - Disse ele olhando-a.
Beth encarou-o, olhando-o da forma mais natural que conseguiu, esperando a pergunta. Mas o que poderia, alguém como ele, querer saber?
- Estou á procura de uma pessoa. Um rapaz. - Os seus olhos pareciam querer abrir buracos na cabeça de Beth. - Um homem, na verdade. Trinta anos, no máximo.
- Tem um nome? - Perguntou Beth, sentindo um arrepio.
O homem pareceu pensar antes de responder.
- Ryan Miller.
O mundo de Beth caiu-lhe aos pés. O que aquele homem quereria de Ryan? e porque não sabia que ele estava morto? Beth tentou normalizar a sua expressão, mas notou algo no olhar do estranho homem.
- Conhece? - Perguntou ele.
Parecia um tigre, pronto a atacar.
- Hum sim, mas...
- Ele conhece-me, falamos várias vezes. - Disse ele. - Não tenciono fazer-lhe mal algum, longe de mim tal coisa, mas ele tem algo que me pertence. Sabe onde posso encontrá-lo?
As perguntas fervilhavam na mente de Beth, mas ela tentou alhear-se.
- Sim. - Respondeu por fim, escutando uma voz que lhe dizia para não revelar o seu parentesco com Ryan. Ainda. - Está no cemitério.
Uma ruga apareceu na pele marmórea do rosto do homem, mesmo entre os olhos, mas desapareceu no minuto seguinte. Ele silênciou por um minuto e depois suspirou.
- Não tinha conhecimento desse facto. - Ele fez um som com a boca. - Lamento imenso, menina, já que o conhecia. É uma pena, uma pena. Um rapaz tão competente... Suponho que não saiba quem são os seus pais? Ou alguém com quem vivesse?
Beth mordeu o lábio antes de responder. O coração batia descompassadamente no seu peito. Reparou que a mulher levara a mão ao decote assim que o nome de Ryan fora pronunciado. Soube, de imediato, que ela já tinha estado nos braços do seu irmão. Estremeceu.
- Ele... Era meu irmão. - Respirou fundo. - Qualquer assunto, é comigo. - Beth queria o pai longe daquele homem sinistro.
Os olhos do homem arregalaram-se, com as sobrancelhas quase a tocarem a linha do cabelo. A mulher olhou para Beth, avaliando-a.
- Ora, que bela coincidência, senhora...
- Beth.
O homem sorriu.
- Beth. Interessante. - Estendeu-lhe a mão. - Chamo-me Eric. - Ele apertou a mão de Beth com força e depois continuou a sorrir enquanto falava. - Peço desculpa aparecer num momento inoportuno, mas desconhecia completamente a morte do Miller. O seu irmão tem algo que me pertence, uma coisita de nada, mas como deve compreender, quero-a de volta. Gostaria de contar consigo para a reaver.
Beth estudou o homem, mas sabia que não havia saída.
- Do que se trata? - Perguntou, derrotada.
- Uma caixa. Uma caixa negra com um simbolo desenhado a ouro. - Os olhos dele brilharam. - Uma águia.
Beth balançou a cabeça.
- Nunca vi tal objeto. Mas posso procurar em casa dele. Mas só poderei entregar-lha amanhã... Se a encontrar.
Os olhos de Eric brilharam. Beth reparou, pela primeira vez, que Eric não era tão magro como parecia. Era musculado o suficiente para agradar, isso notava-se no peito sob a camisa, e o seu sorriso até era sedutor.
- Vai encontrá-la. - Disse ele. - O seu irmão tem-na, ela pertence-me. Se não a encontrar... Vai ter de trabalhar para mim... Até repor o valor da caixa.
Beth ficou imóvel, olhando-o nos olhos, percebendo o tipo de trabalho que teria de fazer, enquanto a mulher parecia chocada.
Eric sorriu.
- Só que a caixa já tem mais valor do que apenas o monetário. Tem um valor sentimental. - Sorriu ainda mais, triunfante.
Beth sentiu o ar abandoná-la, enquanto era preenchida por uma onda de ansiedade e pânico.

Conversas Paralelas #6

Bom dia a todos os bloggers!

Hoje, nesta nossa rubrica, trago-vos uma "menina" super simpática e muito querida, que tive o prazer de conhecer neste mundo a que chamamos blogosfera. Deixo-vos a entrevista á Magda.

 

Antes de mais quero agradecer imenso pelo convite para participar nesta rubrica das "Conversas Paralelas"!
 
Sou a Magda, tenho 17 anos.
Nasci em Portugal e vivo em Lisboa.
Sou apaixonada por aquilo que me faz perder a respiração (porque só aquilo que te faz perder a respiração é que vale a pena respirar).
 
Lêh: Porque decidiste criar o blog?
 
Magda: 
Desde pequena que sou apaixonada por este mundo do Blog, sempre desejei partilhar as minhas ideias, experiências e compartilhar muitas outras coisas...Então quando recebi o meu primeiro computador e essa paixão cresceu decidi criar o meu primeiro blog, na altura tinha uns  9/10 anos por aí (muito novinha, eu sei), lembro-me que ninguém soube na altura simplesmente criei, mas era tão nova e tão imatura... não sabia o que fazer com um blog, sabia que queria ter um mas não o que escrever etc, etc... muito menos tinha responsabilidade para o ter, então pensei "Vou deixar isto para daqui uns aninhos"e assim foi... aos meus 13/14 anos voltei a criar mas desta vez já tinha mais consciência do conteúdo que queria publicar mas mesmo assim o blog que tinha não me agradava, nunca ficava satisfeita com o fundo, ou até com o nome do blog (do que me lembro eram os nomes mais foleiros de sempre, que vergonha) então pensei "Talvez isto não seja para mim." Então voltei a abandonar esse blog...
Mais tarde com uns 15 voltei a querer ter um e a pensar seriamente nisso, mas não cheguei a criar um, foquei me em ideias, nomes e coisas que podia compartilhar e apontei tudo porque quem sabe mais tarde criava e seria desta!
Então essa ideia cresceu mais quando estava a caminhar para os 17 anos e quando completei os 17 anos criei, e foi desta! FINALMENTE!
Deu tudo certo (apesar de antes deste blog ainda ter criado outro, mas não ficando satisfeita com o resultado terminei com ele, sim porque se é para ter algo que seja algo bom e que nos faça sentir orgulho naquilo)...Mas acabou por dar tudo certo, criei o blog e aos poucos fui fazendo umas alterações até ficar como queria (apesar de ter consciência que muita coisa ainda tem que ser feita e mudada) e posso dizer que agora passado uns 7/8 anos estou satisfeita com o resultado e que valeu a pena esperar até porque agora tenho mais responsabilidade , meios e outras coisas para a qual na altura não tinha cabeça.
 
Lêh: O teu nome é Magda, no entanto dizes que podem chamar-te Még. Qual a razão?
 
Magda: Considero o meu nome simples, nada de complexo...Mas por alguma razão sempre que me apresento a alguém a pessoa tem tendência em chamar-me tudo... menos pelo meu nome, desde "Marta" a tudo o que começa por um M.
Desde pequena sempre tive muitas alcunhas, desde "Magra", "Magno" (Sim, o gelado), "Maga", "Megui" ...e por aí a fora, mas "Még" foi uma das alcunhas pela qual mais me chamavam então acabei-me por "habituar", mas não me importo de todo que me chamem qualquer outra das alcunhas porque desde pequena oiço todas, desde amigos, familiares, amigos de família etc.
 
Lêh: Li que doaste cabelo. O que te fez tomar essa decisão?
 
Magda: Sempre gostei de ajudar o próximo com simples actos mas que fazem toda a diferença, como tal criei um tema no meu blog onde falo de doações e maneiras que podemos fazer para ajudar o próximo e onde a intenção é mostrar que podemos ajudar alguém com simples actos. 
O meu cabelo sempre cresceu muito rápido, posso corta-lo pelos ombros que sei que dentro de poucos meses já está comprido novamente.
Como tal cortar 25 cm não era um problema, até porque o meu cabelo estava a precisar.
Então antes de querer corta-lo já sabia que queria doar, além de ser uma boa acção sabia que estaria a colocar um sorriso a alguém.
 
Lêh: Dá para perceber que gostas de moda e beleza mas... Consideraste vaidosa?
 
Magda: Não considero "ser vaidosa" como algo negativo, a não ser que chegue a grandes extremos ao ponto de fazer plásticas, desencadear doenças como bulimia e anorexia ou até ao ponto de nos tornamos orgulhosos. 
Posso me considerar uma "vaidosa saudável", que se aceita como é e utiliza isso para se cuidar... Até porque acho que TODOS devíamos ser vaidosos com isto digo: Deviam começar a valorizar mais a pessoa que são, a cuidar não só do vosso exterior como O INTERIOR (que acaba por ser mais importante). 
Trata-se de amor próprio de nos cuidarmos, até porque ninguém vai cuidar de nós próprios, além de nós.
Ser vaidosa não é achares que és melhor que alguém ou superior é teres orgulho na pessoa que és e saberes tratar-te bem e saberes ver aquilo que mereces.
Obviamente que isto acaba por ser um assunto delicado, todos temos inseguranças ou baixa auto estima...Mas amar quem somos não é nenhum crime.
Ser vaidosa é saberes utilizar o amor próprio.
 
Lêh: O que te fascina nos filmes de terror?
 
Magda: Para quem segue o meu Blog, sabe que gosto de filmes de terror e que são uns dos meus favoritos, apesar de achar que os filmes de terror já não são o que eram, pois muitos deles acabam mais por fazer-me rir do que por me com medo e até porque as histórias já não são as melhores.
Mas apesar de tudo há filmes bons e bastante interessantes pois acabam sempre por ter um mistério atrás de cada história, uma pessoa misteriosa e fenómenos inexplicáveis.
 
Lêh: Qual o teu maior sonho?
 
Magda: Ser feliz.
Tenho tantos sonhos desde viajar o mundo e conhecer novos lugares, culturas, pessoas e comidas. Aprender coisas que jamais me passaria pela cabeça ser capaz de aprender. Fazer coisas que me dão borboletas no estômago (por exemplo: Skydive), ter oportunidades...Inspirar-me com coisas simples. 
Dar alegria a alguém. Fazer o meu melhor e dar tudo de mim. Deixar este mundo um pouco melhor...
Realizar todos os meus sonhos.
 
Lêh: Qual o teu destino de sonho?
 
Magda: Um dos meus maiores sonhos é viajar pelo mundo, sinto-me inteiramente feliz quando vou para outra cidade ou até para outro sítio em que simplesmente tenha que fazer uma viagem de carro ou até de transporte. Infelizmente ainda não tive a oportunidade de viajar para fora de Portugal (apenas Espanha, mas era muito nova e já nem me lembro de nada).
Visto que um dos meus sonhos é viajar pelo mundo tenho muitos sítios pelos quais gostava de ir um deles sem duvida é Nova Iorque quero imenso conhecer esse país. 
Mas também gostava de conhecer outros lugares tais como: Califórnia, Havaí, Japão, França, Brasil, India, entre muitos outros...
 
Lêh: Qual o teu maior receio?
 
Magda: Perder quem eu mais amo e que os meus familiares e amigos não estejam felizes.
 
Lêh: O que dirias a alguém que entrou agora na blogosfera?
 
Magda: O que diria era que antes de mais há que querer realmente ter um blog, que essa pessoa expresse as suas opiniões, conhecimentos e experiências da melhor maneira. 
Que consiga ajudar pessoas com o seu blog. Que tenha responsabilidade e organização mas que além de tudo SE DIVIRTA!
Que consiga mostrar a sua personalidade através do seu blog e que consiga criar exactamente o que deseja e que alcance o que pretende. 
 
 
Obrigada magda pela entrevista. Foi um prazer entrevistar-te e ficar a conhecer-te um pouco melhor.
 

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