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A breve apresentação de Rasto de Sangue

Depois de pensar, pensar e voltar a pensar, finalmente a decisão foi tomada.

A partir de agora, sempre que possivel, será publicada a nova aventura literária desta vossa amiga. Atenção que é a primeira vez que escrevo algo do género, estou habituada a outras praias. Mas espero que gostem.

Tem por nome "Rasto de Sangue" e conta a história de uma rapariga, com uma vida perfeitamente normal, que vê a vida virada ao contrário quando o irmão aparece morto de forma suspeita.

Beth vê-se a braços com um mundo de droga e prostituição, onde matar é lei, para encontrar respostas para a morte do irmão e o seu responsável. Mas enquanto Beth procura vingança, homicidios semelhantes são cometidos...

Opinião - O Pássaro de Caxemira

Título: O Pássaro de Caxemira

 

Autor: Linda Holeman

 

Sinopse: «Em Liverpool, na Inglaterra vitoriana, não há lugar para uma rapariga pobre. Ainda criança, Linny Gow conhece estes tempos de agrura. Quando a mãe morre, o pai obriga-a a prostituir-se apenas com 12 anos de idade. Mas Linny tenta a todo o custo sair da vida degradante que leva e consegue um casamento por conveniência com Sommers Ingram, um abastado inglês, partindo sem hesitar para a Índia. Aparentemente, Linny é a esposa perfeita: bonita, graciosa, subserviente. Os sonhos desfazem-se quando o marido revela o seu verdadeiro carácter. »

 

Adorei este livro! Este romance histórico, contado na primeira pessoa, e que descreve a vida de Linny ao pormenor, não deixando de fora nenhuma passagem, por mais hedionda que possa parecer ao leitor que a imagine.

A forma como a protagonista sobrevive a tantos horrores e desafios que a vida lhe proporciona e, mesmo assim, continua a lutar pelo que quer é fantástica.

Desde a vida nas ruas de Liverpool, até ao casamento por conveniência, que se revela apenas mais uma mentira e um novo obstáculo, esta história é viciante e arrebatadora.

A forma como começa "A ti tudo direi – parte verdade, parte memória, parte pesadelo (...)", em que Linny se dirige ao filho, ao querer deixar-lhe escrita toda a sua história de vida, já deixa antever a grandiosidade do romance.

Foi a primeira vez que li Linda Holeman, mas não fiquei desapontada, muito pelo contrário. Aconselho vivamente a quem é fã do género (hei! eu não era fã deste tipo de livros, mas este envolveu-me de tal modo que viciei completamente).

 

O adeus á 23ª Concentração Motard de Góis

Foi com muita pena que ontem, dia 21, dissemos adeus a mais uma concentração.

4 dias de festa e animação que pareceram pouco. Os que vieram e aproveitaram, disseram estar cá para o ano. Mesmo com a chuva que caiu na sexta-feira (que ceifou duas vidas e fez muitos feridos ligeiros e graves), o ambiente manteve-se impecável.

Foi de notar, também, que este ano, apesar da grande enchente de gente (fala-se em números astronómicos) os motards vinham mais calmos, não fazendo grandes algazarras nos supermercados e, citando alguns moradores da vila, "vinham mais educados e civilizados".

Na minha opinião, foi fantástico, como sempre. O ambiente no sábado á noite, quando havia mais gente e motas na vila, era espetacular. O meu filhote adorou, mesmo no pouco tempo que esteve presente, porque não o deixámos estar até muito tarde naquele ambiente.

Os concertos foram excelentes, desde Quim Barreiros (para quem gosta do género ou para quem acha divertido numa concentração), passando por Expensive Soul e terminando com os veteranos de muitas concentrações, Xutos e Pontapés. O ambiente dentro da feira era, além da confusão, do melhor. Como, aliás, se tem visto todos os anos.

Para o ano cá estarei novamente!

E deixo, desde já, as minhas condolências ás familias dos motards que perderam a vida neste evento.

 

Conversas Paralelas #5

Bom dia a todos!

Hoje trago-vos mais um "Conversas Paralelas", desta vez, entrevistando a sempre simpática (e excelente blogger) Mula! Espero que gostem!

 

Olá Leh, antes de mais muito obrigada pelo teu convite para participar nas
Conversas Paralelas. Eu sou a Mula, tenho 28 anos e sou do Porto. Sou
conhecia por ter mau feitio e pouca paciência para situações parvas e para a
má educação. Sou casada há dois meses, mas já namoro há mais de 13 anos. Sou
apaixonada por gatos e tenho um, o meu Pulga, e se este deixasse teria todo
uma equipa felina em casa.

 

Lêh: De onde surgiu o nome Mula?

 

Mula: Mula é o nome carinhoso (not) que o Mulo me chama quando eu o arrelio. Ele
diz que eu sou teimosa como uma mula, mau feitio como uma mula e ainda
vingativa como ele acha que as mulas são (se são ou não não sei que nunca
tive nenhuma)! ahahahahahaha

 

Lêh: Porque sentiste a necessidade de criar um blog?

 

Mula: Não sou aquele tipo de pessoa que pega no telemóvel e liga aos amigos quando estou em baixo, mas chega a uma altura que precisamos de esvaziar o que nos vai na alma para não enlouquecer e quando fui recusada no mestrado que eu
tanto desejava senti que iria enlouquecer. Assim surgiu o blog. A ideia era
ser um escape para o dia-a-dia para desabafar, para expressar os meus
sentimentos e opiniões. Com o tempo claramente fui limando as arestas e hoje
em dia é muito mais do que um blog de desabafos. É um blog de parvoíces,
acima de tudo, onde também tem alguns desabafos, quando sinto essa
necessidade.

 

Lêh: Vi num post que tiveste uma infância complicada, isso fez-te crescer
mais depressa e a ficares mais forte?

 

Mula: Sem dúvida que sim. Senti desde cedo a necessidade de começar a trabalhar
para as contas lá em casa não se acumularem, mas também para fazer o meu pé
de meia para sair de casa assim que me fosse possível, que acabou por
acontecer aos 20 anos. Por isso numa altura em que as minhas amigas andavam
de discoteca em discoteca e em praxes, eu estudava, trabalhava e mantinha
uma casa. Mais forte também ajudou claro, mas isso não foi só devido à
infância. Cada patada que fui e vou levando contribui para ser ainda mais
forte amanhã. A verdade é que me deixo afectar muito pouco pelos outros
porque já me deixei afetar demais e aprendi. É um bocadinho como aquela
música: "Ando devagar, porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já
chorei demais", acho que é das músicas que melhor me descreve.

 

Lêh: Toda a gente (os que seguem o teu blog) viram as fotos que publicaste
sobre o TEU dia. Seria uma experiência a repetir?

 

Mula: Sem dúvida que sim. Foi o dia mais feliz da minha vida, faria tudo novamente
se me fosse possível, manteria todos os percalços, todos os momentos, mas
tentaria aproveitar um pouco mais. O dia passa a correr, aconteceram coisas
à minha volta que eu nem dei conta. É um dia muito cansativo mas... É um dia
delicioso. Há uma frase que me disseram que expressa bem o meu sentimento
desse dia: "já valeu a pena vir ao teu casamento só para ver esse sorriso!"
Eu estava mesmo muito feliz e isso notava-se em cada poro da minha pele.
Dias mais tarde chorei ao guardar o meu vestido de noiva em casa da mãe,
saber que nada daquilo se voltaria a repetir doeu-me na alma. Porque mesmo
que um dia façamos uma nova cerimónia para renovar votos, já não terá a
mesma intensidade, já não será a mesma coisa.

 

Lêh: É notória a cumplicidade que existe entre ti e o Mulo. Como descreverias
a tua relação com o Mulo?

 

Mula: É acima de tudo uma relação baseada na sinceridade e na comunicação. Temos os nossos amuos e discussões como toda a gente, mas acima de tudo
comunicamos o que sentimos para evitar criar bolhas na relação. Eu acho que
o que muitas das vezes falha nas relações são os mal entendidos - as tais
bolhas - que se vão acumulando, e uma pessoa não fala para evitar mais
discussões, mas depois as bolhas vão aumentando, aumentando, aumentando e um
dia rebentam. Acho que é também uma relação baseada no espaço. É importante
um casal ter momentos sozinhos, porque antes de sermos um casal somos um
indivíduo e os indivíduos precisam de momentos a sós para se ouvirem pensar
e para perceberem o que querem da vida. Por isso as nossas folgas não são -
e não há esforço para que sejam - sempre comuns para existir esse espaço que
cada um de nós tanto aprecia. Acho que estar sempre junto mata as
relações... Porque não se cria saudade, e eu acho que a saudade é
importante. Mas claro que... É só o meu ponto de vista. Até agora tem
resultado bem.

 

Lêh: Como te defines?

 

Mula: Sou teimosa, muito teimosa. Teimosa e cismática. Sou uma pessoa que perdoa
com alguma facilidade mas que não se volta a dar da mesma maneira depois.
Quem me magoa uma vez dificilmente me volta a magoar a segunda vez porque eu
passo a esperar tudo dessa pessoa. Demoro muito tempo a confiar nas pessoas
mas perco a confiança com alguma facilidade. Sou simpática. Apesar de ser
sincera e magoar as pessoas por vezes, tento ter tacto para dizer as coisas
com o mínimo de mossa possível. Sou uma Mula sorrisos. Talvez às vezes seja
rir para não chorar mas... Trago sempre comigo o meu sorriso. Agora assim
resumindo a concluindo: Sou uma pessoa em quem podem confiar - porque sabem
sempre o que esperar de mim - mas por favor não abusem da minha paciência
que por outro lado tenho pavio curto e depois lá se vai o tacto e a
tentativa de não criar mossa, passo é a querer a maior mossa possível.

 

Lêh: O que não suportas?

 

Mula: Má educação e falta de bom senso. Não suporto os pés nus nos lençóis - tenho
sempre de ter meias para dormir. Não suporto mesquinhez. Não suporto sentir
a cara e as mãos molhadas. Não suporto gente falsa e aproveitadora. Não
suporto a casa suja e todo o tipo de bicharada rastejante e voadora em casa.
Não suporto gente má.

 

Lêh: Li que criaste o "Mula (im)perfeita" para partilhares a tua luta, depois
de começares a mudar os teus hábitos alimentares. Como tens lidado com essa
luta?

 

Mula: Agora a luta abrandou um bocado nas férias. A verdade é que quero e preciso
de emagrecer mas não consigo fazê-lo a troco da minha felicidade e se estou
de férias é para aproveitar e fazer e comer o que me apetecer, cá estou eu
depois para aguentar as consequências. Depois das férias, volto à luta... As
minhas rotinas já são tão miseráveis que é mais coisa menos coisa, mas custa
sempre voltar ao ataque.

 

Lêh: Quais as tuas manias?

 

Mula: Sou uma Mula com a mania. Tenho a mania de estender as meias sempre juntas
com o par. Tenho a mania de lavar sempre as mãos quando sinto uma ponta de
sujidade. Tenho a mania de colocar três peças em cima de móveis - um em cada
ponta e uma terceira no meio. Tenho a mania de me descalçar e tirar o sutiã
assim que chego a casa, ... Tenho a mania terrível de tentar perceber o que
as pessoas estão a pensar quando estão à minha volta. Quando tenho gente em
casa tenho uma necessidade enorme de as deixar satisfeitas - salvo seja - e
então tenho a mania de perguntar tudo e mais alguma coisa para evitar que
estejam desconfortáveis. Tenho algumas manias chatas... Outras que até dão
jeito.

 

Lêh: O que dirias a todos os que acompanham o teu blog?

 

Mula: Não me levem muito a sério, que eu também não vos levo e assim seremos
felizes para sempre - ou até eu me fartar e mandar o blog às urtigas - que é
basicamente a mesma coisa.

 

Muito Obrigada Mula pelo tempinho disponibilizado para esta entrevista. Foi um prazer enorme!

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