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Como tudo começou

Ás vezes dou por mim a pensar no antes, quando conheci o P. e de como pensava que ele nada significava, mas como depois isso foi mudando, mesmo que eu continuasse a pensar que nunca o iria ter do meu lado...

Foi assim. Num dia quente, antes do verão, estava esta vossa amiga em casa, confortávelmente sentada, em frente ao portátil a escrever. Duas tias minhas lembraram-se de que tinham de ir a uma terriola que fica num buraco, quase lá no meio da serra (bem, quase não, fica mesmo) onde nem sequer existe rede de telemóvel. Aqui a Lêh, depois de muito insistência, lá foi também, mas dizendo logo que não iria sair do carro.

Assim foi, chegámos lá, estacionámos e elas lá foram, deixando-me sozinha com a minha música e o telemóvel. Claro que, cinco minutos depois, já estava farta e olhei pelos vidros. Primeiro um e depois outro, apreciando a paisagem verde, até que... Me deparo com 3 pessoas num terreno, mais abaixo do lugar onde me encontrava. 

Eram dois idosos e um rapaz. Percebi que o rapaz nada tinha a ver com os idosos, que estava só ali para ajudar. Mas, sinceramente, olhei-o de alto a baixo mas logo a seguir desviei o olhar. Não tinha nada a ver com o que se passava ali. Mas, sempre que me apercebia, os meus olhos estavam postos nele, na forma como os músculos das suas costas se mexiam, no tom da sua voz, que me chegava pelos vidros abertos.

Nisto, chegam as minhas queridas tias, mas logo me avisam que vão mudar o carro de sitio, por causa do sol, mas que ainda vou ter de esperar um pouco. Ora, deste novo "spot" não tinha uma visão tão ampla do terreno, pelo que me distraí com outras coisas. Mas nisto, passa o tal rapaz, minutos depois, mesmo ao lado da minha janela, caminhando pela rua até desaparecer de vista. Claro que, depois disto, nunca mais lhe pus a vista em cima e ele saiu-me do pensamento da mesma maneira que entrara.

Dias depois, já em época de marchas populares, perguntaram-me se não queria participar, ao que recusei prontamente. Depois disso, entro com uma das minhas tias num supermercado, onde ia desde que abrira e do qual não era grande fã. A conversa da minha tia era esta: "tens de ver o par da XXXXX, nas marchas. Esse é que era bom para ti. Ias gostar dele." Ri-me e nem fiz caso.

Mal sabia eu que, virando a esquina das prateleiras do supermercado, ela me agarraria no braço e dizia: "É aquele!". Olho para onde ela apontava e... Era o mesmo rapaz que eu vira na terriola e que tinha vindo trabalhar para ali. Claro que, mantendo-o debaixo de olho sempre que passava por lá, aquele tornou-se o meu supermercado de preferência. Depois disso, notei algo da parte dele, mas nem ligava muito... Não iria arriscar e não.

Semanas depois, já andava eu conformada de que me tinha apaixonado por uma pessoa que não era de cá, mas que voltara á terra, e da qual eu não sabia nada, nem o nome. Só sabia onde trabalhava e que carro conduzia. A irmã dessa minha tia, percebeu e, como era colega de marcha dele e até se davam bem, disse que iria investigar a causa dos olhares lançados á minha pessoa. Ness altura já au sonhava acordada e já me imaginava ao seu lado.

Mal sabia eu que ele já andava á caça desde a primeira vez que me pôs a vista em cima.

Dois dias depois, recebo um pedido de amizade no facebook e já sabia que era ele, porque me foi dito que ele o iria fazer. A conversa começou aí, analisando terreno aos poucos e pouco depois já tinhamos trocado números de telemóvel. Claro que, a partir daí, sempre que ele podia dizia-me algo e convidou-me para sair. Recusei o primeiro convite, a medo, mas fui da segunda vez. E da terceira. E da quarta... Beijou-me á segunda vez e entrei na casa dele á terceira, á tarde, já que ele estava de folga. Ele era diferente, não me tratava como os outros. Não queria tudo ao mesmo tempo.

A partir daí, saíamos todas as noites. Ele como saía depois das oito, muitas vezes ia buscar-me e jantava depois, já comigo ali, ao seu lado.

Digo-vos, foi a melhor coisa que me aconteceu na vida, além do meu filho, e nunca pensei que podia amar alguém assim, nem sequer ser amada da mesma forma.

P.S: O meu filhote aceitou logo o P., que o adora e trata-o como sendo filho dele.

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